Das homenagens aos deuses egípcios aos belíssimos frascos de vidro atuais, o perfume passou por diversas civilizações. Os gregos o usava nos banhos.
Espanhóis e portugueses também conheceram os encantos das fragrâncias depois que conseguiram atravessar o outro lado do mundo e chegar à Índia.
Os frascos antes feitos em barro e porcelana ganharam novas formas com o passar do tempo. As melhores fragrâncias estiveram até em recipientes de cristal. No início do século passado, na cidade de Paris, a união entre perfumistas e grandes nomes da vidraria, entre eles, Lalique e Baccarat, permitiu que os vidros se tornassem verdadeiras obras de arte.
Tempos depois, o nº 5 de Coco Chanel era vendido como se fosse uma joia. Assim como na época de Chanel, hoje o sucesso de um perfume ainda é definido pelo design de sua embalagem, sendo o frasco uma abstração a todo glamour em volta da essência.
Há uma infinidade de marcas e aromas, a maioria elaborada com folhas, flores, raízes, talos, frutos ou especiarias. E também muitos apaixonados não só pelas essências, mas também pelos frascos.
Um deles é Alysson Camacho Gonçalves, proprietário de um Antiquário, em São Paulo, na Rua da Consolação. Sempre interessado pela história dos perfumes e atrás de antiguidades para abastecer a sua loja, ele chegou a garimpar mais de 3500 peças, entre frascos, caixas de pó-de-arroz, batons e embalagens de produtos de higiene bucal, tudo em leilões de arte e antiquários pelo mundo.
Na coleção que nem cabe em sua casa, um objeto é especial: uma réplica de 1910 de um rímel do Egito, além das primeiras caixinhas de creme dental, em pó. “Essas são de 1880, quando os japoneses usavam as primeiras escovas de pêlo e bambu com pó para escovar os dentes”.
Entre tantas histórias de colecionador, uma delas chama a atenção. Alysson se apaixonou por uma tampa do perfume Lalique, de 1908, que comprou em um brechó no Uruguai. Tempos depois, ele conseguiu o frasco em uma feira de antiguidades, em São Paulo. “Foi o meu maior achado, por isso é um dos favoritos da minha coleção”. Assim como todo bom colecionador, Alysson é incansável. Atualmente, o seu objeto de desejo é um vidro Christian Dior, de 1956, em formato de cachorrinho.